ESTRUTURAS DE FOCO ECOLÓGICO (EFAs)
A introdução e a manutenção das estruturas de foco ecológico são o motor e a chave para a implementação da estratégia de intensificação ecológica que é a “Segunda Via”. As estruturas de foco ecológico são todas as estruturas existentes na paisagem, sejam elas estruturas verdes, estruturas azuis ou estruturas cinzentas, que potenciam e proporcionam benefícios ecológicos de forma
direta ou indireta.
Cada estrutura tem um determinado impacto potencial face aos diferentes serviços dos ecossistema (sequestro de carbono, estética da paisagem, qualidade de habitat, controlo da erosão dos solos, controlo de pragas, polinização) e aos diferentes tipos de biodiversidade faunística e florística, em função da combinação e configuração das suas características intrínsecas (como a sua forma, área, declive, largura, tipo de solo, características florísticas) e das características que lhe são envolventes (como a proximidade a outras estruturas de foco ecológico, presença de matéria morta, entre outras).
Estruturas Verdes
Agroflorestal
Árvores em Linha
Árvores Isoladas,
Bosquetes
Culturas de Cobertura
Floresta
Margens de Campo
Estruturas Azuis
Charcas
Lagos
Zonas Húmidas
Valas de Drenagem
Linhas de Água
Galerias Ripícolas
Estruturas Cinzentas
Edifícios Deteriorados
Muretes
Caixas de Abrigo
Antes de implementar qualquer tipo de estruturas de foco ecológico na exploração é importante identificar e perceber quais é que são as estruturas já existentes. A verdade é que muitos agricultores já têm nas suas explorações algumas estruturas, como bosquetes, faixas de árvores ou árvores centenárias e não reconhecem a sua importância e valor ecológico. Os habitats já estabelecidos são quase sempre mais ricos em vida selvagem do que habitats recentemente criados artificialmente – de uma forma geral os habitats recentemente criados nunca chegam a atingir os valores de biodiversidade do que um habitat já existente – pelo que é imperativo gerir e conhecer os espaços naturais já existentes nas explorações.
Uma das diretivas mais importantes quando se fala no debate de "Manutenção vs Implementação" e que poderá ajudar o agricultor a desenhar um plano que maximizará a intensificação ecológica são os princípios das redes ecológicas (“Making Space for Nature”) – “Melhor”, “Maior”, “Mais” e “Ligação”:
• Melhor: melhorar a qualidades dos habitats dos habitats existentes.
• Maior: aumentar/expandir os habitats existentes sempre que possível.
• Mais: introduzir novas áreas de foco ecológico em terras menos produtivas e perto de outros habitats já estabelecidos (aves, insetos ou pequenos mamíferos tem uma maior tendência de ocupar novos habitats que se situam mais próximos dos antecedentes).
• Ligação: interligar habitats existentes com estruturas lineares com características similares.