IMPACTOS NOS SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS
AGROFLORESTAL
São mosaicos de pastagens perenes sob coberto variável, pouco denso, de sobreiro e/ou azinheiras, a que se associa um sistema de pastorícia extensivo que por vezes, inclui, parcialmente, sistemas de agricultura arvense extensiva em rotações longas. Os benefícios, associados a este tipo de estruturas, aliados a uma diminuição de operações agrícolas e do seu potencial para o desenvolvimento de gramíneas no subsolo, são múltiplos.
IMPACTOS NA BIODIVERSIDADE
SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS
Regulação do balanço hídrico, regulação da qualidade do ar e da água, eficácia no aproveitamento e reaproveitamento dos nutrientes, manutenção da fertilidade e consequente sequestro de carbono no solo redução da lixiviação de nitratos, mitigação do risco de incêndio, prevenção da erosão do solo e promoção da polinização (recursos florísticos abundantes).
BIODIVERSIDADE
Aumentam a diversidade estrutural do habitat para diferentes espécies (são um refúgio para a biodiversidade): maior adequação para os répteis e anfíbios durante as fases iniciais do seu desenvolvimento; o maior número de invertebrados no solo leva consequentemente a um maior número de aves insetívoras e de pequenos mamíferos; a existência de pequenos frutos é bastante importante porque são fonte de alimento para aves; a floração das árvores de folha caduca fornece uma fonte de néctar e pólen não só importante para os insetos polinizadores, mas também para outros insetos voadores que são fonte de alimento para morcegos e outras aves insetívoras.
BOAS PRÁTICAS
• O primeiro passo para as boas práticas desta estrutura ecológica sensível é compreender o que se passa dentro das suas zonas agroflorestais, nomeadamente quem é que a utiliza como refúgio e ponto de alimentação. Compreender que animais e que plantas existem no seu sistema agroflorestal vai ajudá-lo a adaptar e a escolher as melhores práticas de gestão. Ao conseguir perceber a fauna a flora existentes consegue tirar maior partido delas e potenciar serviços dos ecossistemas, nomeadamente controlo de pragas de forma natural e a polinização.
• Não remova árvores caídas ou mortas (ou qualquer outro material lenhoso morto) visto que são componentes ecológicas importantes para o sistema agroflorestal – reciclam os nutrientes existentes no solo (proporcionando um habitat rico para fungos, musgos, invertebrados e outros insetos) e providenciam locais de nidificação para as aves.
• Tenha árvores e arbustos de grande porte de variedades e idades diferentes. Ao ter árvores e arbustos com diferentes anos, estamos a aumentar a robustez e a resiliência do sistema agroflorestal, assim como a potenciar a futura regeneração natural ao longo dos anos. Quando plantar novas espécies tenha o cuidado de escolher apenas espécies autóctones visto que são as que mais rapidamente se adaptam ao meio e que maior benefício trará para a fauna existente. No entanto, tente promover ao máximo a regeneração natural dos espécimes.
• Certifique-se que os jovens espécimes são protegidos inicialmente (primeiros 3 anos após a plantação) do gado através de vedações. Estas podem ser individuais ou em grupo/filas.
• Mantenha e proteja as estruturas ecológicas azuis e verdes existentes dentro do sistema agroflorestal. Uma mistura de zonas húmidas
e características naturais é benéfica para os ciclos anuais da fauna selvagem – áreas húmidas e charcas temporárias são locais importantes para insetos polinizadores e invertebrados.
• Garanta e promova uma diversidade estrutural de diferentes habitats dentro do sistema agroflorestal. Quanto maior a diversidade estrutural do sistema maior o impacto na biodiversidade e nos serviços dos ecossistemas – estrato arbóreo, estrato arbustivo e estrato herbáceo. Promova a existência de clareiras, orlas multifuncionais, bosquetes, arbustos, árvores e zonas húmidas, adjacentes ou próximas umas das outras. Quanto maior a diversidade e conectividade entre as mesmas maior será o benefício para a biodiversidade.
• Para intensificar a diversidade estrutural procure promover a conectividade entre as estruturas com a plantação de estruturas lineares arbustivas – como sebes, bosquetes, orlas multifuncionais ou árvores em linha. A conectividade entre estruturas vai permitir que a fauna selvagem se mova livremente entre habitats e ao longo da exploração. A conectividade beneficia também o controlo de pragas naturais e a polinização.
• Promova e instale orlas multifuncionais e margens de campo florestais em redor dos sistemas agroflorestais – Para mais informações veja as boas práticas das orlas multifuncionais e margens de campo.
• Instale caixas-abrigo para as aves insectívoras e morcegos dentro dos sistemas florestais e nas suas extremas – Para mais informações veja as boas práticas de construção e implementação de abrigos para aves e morcegos.