EDÍFICIOS DETERIORADOS
Tal como o nome indica, os edifícios deteriorados são edifícios existentes nas explorações que por já não serem utilizados ou não terem qualquer utilidade acabam por ficar ao abandono e deterioraram-se. Quando se fala na manutenção de habitats para biodiversidade selvagem local, os edifícios deteriorados acabam frequentemente por ser ignorados. No entanto, estas estruturas são uma parte importante do nosso património cultural e natural, uma vez que contém, por exemplo, áreas escuras isoladas e cavidades não perturbadas, refúgios importantes para as aves, morcegos, insetos e pequenos e médios mamíferos – biodiversidade auxiliar que nos ajuda no combate de pragas de forma natural. Algo que as estruturas mais recentes, feitas em betão ou contraplacado, não possuem devido à sua simplicidade.
IMPACTOS NOS SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS
IMPACTOS NA BIODIVERSIDADE
BENEFÍCIOS
• Muitas aves e morcegos utilizam os edifícios agrícolas para nidificarem e empoleirarem-se, tirando partido de algumas características como vigas, poleiros, telhados, chaminés, fendas nas paredes. Estas características são ainda mais importantes durante o inverno.
• Os morcegos trazem múltiplos benefícios para as explorações agrícolas, uma vez que comem mosquitos e outras pragas em grande número. Mesmo os morcegos mais pequenos, como os Pipistrelles, podem comer até 3.000 insetos numa noite. Mais informações na secção de abrigos para aves e morcegos.
• Os edifícios deteriorados são um hotspot importante também para algumas plantas (como fetos, musgos e líquenes) e numerosos insetos.
PONTOS-CHAVE
• Tornar os edifícios deteriorados o mais atraentes possível para a biodiversidade selvagem.
• Garantir que após o restauro destas estruturas, as características que atraíam a vida selvagem antigamente sejam mantidas.
• Estabelecer habitats abundantes em sementes e insetos dispersos pela exploração, próximo destas estruturas e de outras terras agrícolas circundantes, para alimentação da biodiversidade selvagem.
BOAS PRÁTICAS
• É importante reter quaisquer características que atraiam e fomentem a biodiversidade existente, quando se estão a fazer trabalhos de renovação e ou restauração dos edifícios. Evite remover fetos e musgos e retenha algumas cavidades existentes nas paredes e no telhado (como pequenas fendas).
• Crie novos orifícios de entrada nos edifícios virados para estruturas que não são perturbadas, tal como árvores, arbustos ou sebes.
• Plante espécies autóctones trepadeiras (como as heras ou madressilvas, por exemplo) adjacentes aos edifícios deteriorados para os
enquadrar/misturar com a paisagem agrícola envolvente (aumento da esteticidade da paisagem) e crie uma maior conectividade com as estruturas ecológicas e culturas envolventes.
• Permita o desenvolvimento, dentro do edifício, de áreas de vegetação herbácea espontânea natural, flores silvestres ou ervas daninhas, uma vez que podem ser uma fonte de alimento e abrigo para algumas espécies de insetos. Atenção que “permitir o desenvolvimento” não é deixar ao abandono. Tem de gerir a vegetação que poderá surgir.
• Apesar dos edifícios deteriorados serem um hotspot para a biodiversidade geral, considere instalar algumas caixas de abrigo para as aves e para os morcegos. Quer seja no edifício propriamente dito, quer seja nas estruturas ecológicas envolventes. Mais informações sobre a colocação na secção de abrigos para aves e morcegos.
• Caso instale as caixas de abrigo, tenha atenção às características e aos comportamentos anuais (como hibernação, nidificação, acasalamento) antes de fazer qualquer trabalho de manutenção nos edifícios.