IMPACTOS NOS SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS
ÁRVORES EM LINHA
Tal como o nome indica são um conjunto de árvores que se dispõem em linha reta acabando por criar o efeito estético e visual de uma alameda de árvores/corredor verde. São plantadas predominantemente para abrigo face ao vento e à forte luz solar, para proporcionar distinção de limites, para amortecer o ruído e esconder características indesejáveis. Potenciam igualmente a biodiversidade e os serviços dos ecossistemas uma vez que ao formarem um corredor permitem às diferentes espécies a passagem segura de um habitat para o outro.
IMPACTOS NA BIODIVERSIDADE
BOAS PRÁTICAS
• Antes de planear plantar árvores em linha, conheça a sua exploração ao detalhe e trace um plano esquemático sobre as estruturas ecológicas existentes. As localizações ideais para a implementação das árvores em linha são: zonas próximas às áreas onde o gado pastoreia (as estruturas protegem animais da radiação solar e dos ventos) e ao longo de estruturas sensíveis como galerias ripícolas e cursos de água (as árvores em linha podem criar uma barreira natural face à possível dispersão de herbicidas e pesticidas aplicados nas proximidades).
• As árvores em linha também podem ser implementadas nas explorações como conectores naturais entre estruturas ecológicas. Ou seja, podem ser implementadas para criarem uma rede de corredores verdes por onde os animais podem percorrer livremente.
• Opte por plantar um conjunto de espécies autóctones (evite a monocultura). Estas não só estão mais bem-adaptadas às condições locais como são mais atrativas para a fauna local.
• Para além das árvores, pense em instalar espécies arbustivas e herbáceas na sua base para tornar a estrutura mais robusta, densa e larga. Quanto mais estratificada for a estrutura (estrato arbóreo, estrato arbustivo e estrato herbáceo) maior será o impacto na biodiversidade e consequentemente nos serviços dos ecossistemas –como o controlo de pragas, a polinização, dispersão de herbicidas e pesticidas, controlo da erosão do solo e maior sequestro de carbono.
• Procure deixar alguns locais pontuais apenas com o estrato arbóreo. A existência de pequenas zonas de passagem facilita a o acesso às zonas envolventes em caso de alguma emergência. Realça-se que durante os primeiros anos é aconselhável a instalação de uma rede à sua volta para evitar o pastoreio do gado.
• Não utilize quaisquer herbicidas e pesticidas nas árvores em linha. Estas são um hotspot de biodiversidade, e são habitadas por um conjunto variado de espécies. Algumas dessas espécies podem desempenhar a função de controlo de pragas – como insetos, morcegos ou aves.
• A pré-existência destas estruturas na sua exploração requer também a sua manutenção. A manutenção destas estruturas (como qualquer outra) tem impactos muito maiores do que a sua implementação. Se qualquer uma das funções descritas acima das árvores em linha não é conseguida, ou o seu impacto é inferior/reduzido, procure adicionar mais espécies (de qualquer estrato) ou adicionar outro material lenhoso (como troncos, galhos ou ramos de outros locais da exploração) e fazer a manutenção das vedações (o pastoreio intensivo do gado é uma das principais razões para o funcionamento diminuto das árvores em linha).
Espécies utilizadas no corredor instalado na zona do "Valado"